O vendedor de Konjac

Tokunaga Sunao

Tradução: Rafael Silva Rufino de Sousa

Revisão e cotejo: Felipe Chaves Gonçalves Pinto

HTML: Felipe Chaves Gonçalves Pinto

Texto original: "Kon'nyaku uri". In: Kaze, Tóquio: Sakurai shoten, 1941. Disponível em: Aozorabunko. Acesso em: 22/10/2024.

Este texto está licenciado por: Licença Creative Commons Atribuição-CompartilhaIgual 4.0 Internacional (CC BY-SA 4.0).

Sumário

1

Esse ano eu farei quarenta anos. Do ponto de vista dos leitores dessa revista, já tenho idade para ser pai. Contando nos dedos, há trinta anos encontrei um saudoso amigo que até hoje não consegui esquecer. Essa história não foi inventada então escreverei o nome verdadeiro dele. Ele era um jovem de coração gentil, chamado Hayashi Shigeru, e até hoje eu o respeito. Eu era de família pobre e todo dia ao voltar da escola tinha que vender konjac, logo, não tinha muitos amigos, mas me dava muito bem com o Hayashi. Era um menino robusto e suas bochechas eram tão gordas que pareciam estar penduradas. Tinha olhos rotundos e sobrancelhas grossas. Era um jovem que falava pouco mas estava sempre a sorrir. Talvez, se o Hayashi estiver bem, ele já deve ter se tornado pai, e pode ser que a criança do Hayashi esteja entre os leitores, lendo esta história com as bochechas tão parecidas com as do jovem Shige. Se for esse o caso, nem sei dizer o quanto eu ficaria feliz.

Quando eu estava na 5ª série do Ensino Fundamental eu vendia konjac. Eu vendia após a escola e às vezes faltava aula para vender nas vizinhanças de Yashikicho.

Eu gostava da escola então não faltava porque queria. Eu vendia konjac e por menor que fosse o lucro isso ajudava a minha família. Meus pais eram muito trabalhadores, mas a minha família era muito pobre. Por que éramos tão pobres, eu não sei dizer. Eu tinha muitos irmãos, e entre os homens eu era o mais velho.

Eu pegava os konjac na loja de konjac da cidade. Eu pegava por volta de 50, uma quantidade que eu conseguia carregar. O konjac é feito triturando a raiz da planta, cozinhando uma vez, cortando em vários formatos e deixando de molho na água durante uma noite para eliminar o amargor. O que vocês usam para pegar libélulas é a goma que se forma quando a raiz é esmagada; agora, quanto aos produtores de konjac, são um senhor e uma senhora que trabalham arduamente. O senhor sempre me dizia com um sorriso

— Oi, você veio!

— Hoje você vai levar quantos? Leve 100 e venda todos.

Ele acariciava minha cabeça, e às vezes me dava uma grande moeda de cobre de cinco rin, de parte do dinheiro que eu calculava e entregava das minhas vendas.

Vocês não devem conhecer uma moeda de cobre de cinco rin, mas ela era muito maior do que a atual moeda de cobre de um sen. Com cinco rin você conseguia comprar 10 papel hanshi, usado para treinar caligrafia na escola. Quando eu vendia um Konjac, obtinha um lucro de um rin, ou um rin e 50 centavos, então mesmo que vendesse 50 konjac, receberia apenas 5 ou 6 sen.

Mas esses 50 konjac eram bem pesados. Eu colocava um cesto na frente e um atrás e colocava 25 em cada uma. Se você não enchesse metade do cesto de água, o konjac murchava, por isso eu as levava com uma haste que quando eu apoiava nos ombros começava a ranger

—Ó O KONJAA! Ó O KONJAA

Eu sempre caminhava da periferia da cidade até uma área residencial onde havia muitas mansões grandes, gritando em voz alta. “Ó O KONJAA” quer dizer “OLHA O KONJAC”. Quando eu falo em voz alta, acabo me embaraçando e as palavras acabam saindo dessa forma.

— Ó O KONJAA! Ó O KONJAA

Eu ia ajustando o ritmo com a cintura, o que fazia a haste de equilíbrio ranger. Eu andava cerca de dez passos cada vez que eu a tocava. Então eu mais uma vez gritei “Ó O KONJA”, quando nesse instante, de algum lugar.

— Ô vendedor de konjac!

Fiquei tão feliz de ouvir a voz que meu rosto chega enrubesceu.

Quando eu vendo cinco ou seis, dá para diminuir a quantidade de água, logo, minha carga fica mais leve. Isso também me faz sentir melhor. Eu sinto que deveria dar o meu melhor e vender tudo.

— Boa tarde. Sou o vendedor de konjac. Posso ajudar?

Eu me lembro de todas as casas que compraram uma ou duas vezes e vou até a cozinha perguntar sobre.

Mas quando eu não consigo vender nada a carga não diminui não importa o tempo que passe. Já é fim de tarde. Se eu não andar logo, não vai dar tempo, pois todas as casas já vão ter terminado os preparativos para a janta. Embora eu esteja frequentemente apressado, a haste de equilíbrio dói como se estivesse afundando no meu ombro, e meus sentimentos se tornam pesados, dificultando meu caminhar. Já ocorreu de no final eu começar a chorar e querer jogar fora o balde com todos os konjac dentro.

Ei, leitores! Observando de fora, meu trabalho parece fácil, mas se tentarem fazer vocês mesmos, verão que até mesmo vender konjac é um trabalho exaustivo.

— Ó O KONJAA! Ó O KONJAA

Vocês não imaginam quantas dificuldades eu passei apenas para conseguir gritar com confiança mesmo no meio da rua, com todos me olhando.

Eu era jovem ainda, então tinha vergonha. No início, eu ficava observando atentamente o ir e vir das pessoas e esperava até não ter ninguém passando para falar em voz baixa, ou melhor sussurrar Konjac. No entanto, não tem como vender em um local que não haja ninguém por perto, logo, é preciso treinar para poder gritar enquanto todos estão olhando.

Com o tempo eu consegui gritar sem problemas, e meus ombros que antes ficavam vermelhos e descascando sob o peso da haste de equilíbrio, criaram calos e não doíam mais. Eu acabei ficando conhecido das donas das casas e das empregas domésticas das residências que sempre comprava meus konjac, mas só uma coisa que, não importa o tempo que passasse, continuava sendo dolorosa e vergonhosa.

Essa coisa era encontrar algum colega de turma na rua. Enquanto eu ia rangendo a haste de equilíbrio e gritando pela rua, eu virei a esquina da casa e avistei quatro ou cinco colegas de classe, usando o mesmo chapéu escolar que eu, brincando com piões ao lado da cerca-viva. Então, minhas pernas congelaram, e eu tentei fugir rapidamente, mas antes que eu conseguisse, eu ouvi alguém chamar

— Olha, é o Tokunaga!

Então, eu também ouvi

— Verdade. Ele é vendedor de konjac né!?

Falou uma voz diferente. Perdi a coragem e já não conseguia ouvir todo mundo. Eu esqueci que vendia konjac e rapidamente voltei pelo caminho de onde vim.

Nessas horas seria perfeito se eu conseguisse dizer

— Sim, eu sou vendedor de konjac. Qual é o problema?

Fazendo isso esses garotos maus com certeza teriam se calado. Mas infelizmente não tive coragem de fazer isso, então fugi, batendo um balde no muro de pedra, o outro na cerca, e ouvindo cada vez mais palmas e gritos por trás.

Por isso, mesmo quando ia para a escola, brincava sozinho no canto do parquinho e não tinha muitos amigos. Eu gostava dos estudos, por isso estive no grupo dos alunos com bom desempenho e até cheguei a ser vice-presidente da turma, mas, de qualquer forma, como eu faltava muitas vezes, não consegui me dedicar plenamente. Todos os professores gostavam de mim, e quando eu faltava muito iam até minha casa. Mas eu tinha medo dos garotos maus da minha sala. Até meus colegas de classe, que não eram maus, começaram a parecer maus, e eu tinha medo de todos, exceto do estudo e dos professores.

No entanto, aconteceu algo assim um dia.

Era um domingo ensolarado, quase chegando no verão. Eu carreguei meu balde de konjac e fui caminhando e vendendo os konjac por uma área residencial com muitas casas grandes. Mas, cometi um erro terrível em uma das residências.

A casa está localizada em uma colina acima de um muro de pedra e é necessário subir cerca de dez degraus de pedra. Ao subir os degraus havia um grande portão preto, e um caminho de cascalho levava até a porta da frente. Do lado esquerdo se via um amplo gramado contínuo e à direita, ao longo de uma horta com berinjelas e pepinos, um pequeno caminho conduz ao portal. É claro que eu fui pela porta dos fundos e tomei o maior cuidado para não bater os baldes de konjac nos pepinos e berinjelas da horta. Mas antes que percebesse, havia um grande cachorro deitado na entrada da porta dos fundos. Ele era preto e branco, malhado, do tamanho de um potro, e dormia com sua grande cabeça apoiada nas duas patas dianteiras e sua língua comprida para fora.

— Aqui é o vendedor de konjac.

É o que eu gostaria de ter dito, mas a minha voz não saiu direito. O que eu vou fazer se esse cachorro acordar? Mas se eu ficar calado a empregada não vai aparecer e eu não vou conseguir vender meu konjac. Eu reuni coragem e enquanto encarava somente a cara do cachorro, resolvi gritar, “boa tarde”. Então, o enorme cachorro acordou imediatamente. O cachorro, talvez um buldogue ou um Tosa Inu, com orelhas pequenas e bochechas abertas, abriu os olhos hesitante no início, mas logo seu nariz enrugou e seus lábios grossos se curvaram.

— Aqui é o vendedor de konjac.

Nesse ponto, gritei para o cachorro. Gritei porque queria que ele soubesse que não havia nada suspeito, mas o cachorro não entendeu. Ele gemeu quando se levantou e se aproximou de mim, com o pelo arrepiado e as costas estufadas. Eu me afastava um passo e ele se aproximava dois passos. Eu me afastava dois passos e ele avançava três passos. Minha voz já não saía. Eu não conseguia mexer livremente pois carregava baldes pesados. No momento que eu gritei já com a voz chorosa, o cachorro soltou um latido angustiante e se lançou contra mim furiosamente. Com meu quimono mordido, caí na horta atrás de mim, junto com os baldes de konjac.

— Senhora, senhora, me ajude!

Foi só aí que a empregada saiu pela porta dos fundos, e sem nenhum esforço ela agarrou o cachorro pela coleira e o puxou. Em seguida gritou para dentro da casa.

— O vendedor de konjac fez a maior bagunça aqui na horta.

Então eu também percebi. Felizmente, do balde de konjac só derramou um pouco de água, mas no local onde eu encostei minha bunda e no local onde o balde havia batido, haviam um pé de berinjela em que tinha acabado de brotar flores roxas, caído e cortado.

— Oh meu Deus, o que é isso?

A porta de treliça da entrada abriu de forma barulhenta, e de lá de dentro saiu uma mulher que parecia ser a senhora da casa.

— Ora, o que você aprontou aqui, vendedor de konjac? Essa é a horta que meu marido cultiva com grande esforço. Inacreditável.

A senhora pegou um galho de berinjela picado que estava próximo aos meus pés e olhou para suas flores roxas com uma expressão de tristeza. Eu sentia muito. Embora eu fosse apenas uma criança, eu era filho de um agricultor, então sabia quanto trabalho era necessário para uma berinjela florescer tão bem.

— Eu sinto muito.

E enquanto eu me curvava, me desculpando, eu encarava o cachorro. Mas o animal, estava como se nada tivesse acontecido, com as patas penduradas aos pés da empregada, desviando o olhar, inquieto.

— Eu estava com medo do cachorro

Ao falar isso a empregada disse:

—É porque você estava fugindo. Se você não fugir ele não vai pular. Não é, Kuma!?

—É porque você estava fugindo. Se você não fugir ele não vai pular. Não é, Kuma!?

— 3, 4, olha esse aqui também está quebrado

A senhora estava dentro da horta caminhando enquanto contava as berinjelas esmagadas e quebradas.

— Você quebrou nove galhos. E meu marido estava trabalhando tão duro nisso.

— ……………

Eu me curvei e pedi desculpas inúmeras vezes, mas não havia mais nada que eu podia dizer, então mantive a cabeça baixa em silêncio, contendo a vontade de chorar.

— Chega de pedir desculpas. Não preciso de nenhum konjac então tome logo seu rumo para casa.

Eu limpei a lama do meu quimono e me desculpei mais uma vez. Então, uma das crianças que estava atrás da senhora da casa e da empregada apareceu e disse no meu ouvido:

— Ei, Tokunaga.

Eu me assustei e ao levantar o rosto eu vi que era meu colega de classe Shigeru Hayashi. Ele em silêncio ajeitou meu balde e a haste de equilíbrio, em seguida foi na direção da senhora e disse se curvando

— Sinto muito, tia.

O Hayashi era um menino taciturno, então ele não falou mais nada além disso, mas ficou claro para todos que ele estava se desculpando por mim.

Em seguida, ouvi a voz um tanto surpresa da senhora dizendo:

— Essa criança é sua amiga, Shigeru?

Eu fiquei pensando no que o Hayashi responderia. Além disso, a empregada que acariciava a cabeça do cachorro e as crianças que estavam atrás dela olhavam juntas para o rosto de Hayashi.

— Sim

O Hayashi só falou isso, mas foi algo que ele disse com muita clareza e com o rosto erguido. Nesse instante meu corpo se aqueceu por completo e senti como se estivesse subindo aos céus.

2

O Shigeru entrou na nossa escola na 5ª série do Ensino Fundamental. Ele nasceu no Havaí e estudou o primeiro segmento do Fundamental por lá, mas ao voltar ao Japão para estudar, se mudou, com sua avó e irmã mais nova, para a residência ao lado daquela em que fui atacado por um cachorro e quebrei os pés de berinjela.

Da nossa turma era ele quem tinha o corpo mais robusto e também era o mais inteligente, por isso, já era o presidente da turma há muito tempo.

Hayashi e eu nunca tínhamos brincado juntos antes, mas por ele estar sempre sorrindo, eu não tinha nada contra ele. Ele era uma criança forte. Quando estava alinhando seus colegas na frente da sala de aula pela manhã, se um deles não ouvisse seu comando e se tornasse violento, ele silenciosamente pegava a criança pelo pescoço e pelo braço e a afastava. Até isso ele também fazia sorrindo.

Desde que o Hayashi se desculpou por mim com a senhora do casarão eu passei a gostar dele. E eu realmente virei amigo dele, tal como ele disse à senhora. Eu ia até a casa do Hayashi e eu, ele e sua irmã mais nova brincávamos juntos de shogi, jogávamos uta-karuta e comíamos manju. Mas geralmente era mais comum o Hayashi vir até a minha casa, pois eu precisava cuidar da minha irmã mais nova, e estava sempre ocupado, logo, não havia outra maneira de ficarmos juntos.

As vezes ele ia junto comigo vender konjac, e aí ele dizia

— Ótimo, me deixe carregar dessa vez

E então ele carregava os baldes de konjac no meu lugar. Mas eu era melhor que ele nisso. O Hayashi depois de andar 100 metros já estava reclamando que seus ombros doíam e então desistia.

No entanto, como Hayashi passou a vir comigo para vender o konjac, não pude deixar de me sentir mais relaxado. Primeiro de tudo, o Hayashi está longe de desprezar as pessoas que vendem konjac, ele as respeita, então não importa quantas pessoas malvadas queiram zombar de mim, eu não vou me importar nem um pouco.

— O Havaí fica em outro país?

Falávamos muito sobre o Havaí enquanto andávamos. Os pais do Hayashi ainda tinham um grande comércio lá.

— Fica nos Estados Unidos. Bem no meio do Oceano Pacífico.

“Hmm”, eu respondia. Lembrei-me do que havia aprendido nos mapas, mas não tinha ideia da vastidão do Oceano Pacífico e nem do tamanho da ilha do Havaí.

— Por que você voltou para o Japão?

— Para estudar japonês.

— Sério!? Então que língua eles ensinavam no Havaí?

— Inglês.

Eu fui ficando cada vez mais impressionado.

— Então você consegue ler em inglês né!?

— Sim. Eu também consigo falar.

Eu fiquei muito intrigado, e eu encarei o rosto de Hayashi longamente. Aquele menino estava lá com um rosto despreocupado o que me deixou ainda mais cismado.

Mas era verdade que o Hayashi era bom em inglês. Na 6ª série ele representou nossa escola ao participar do “Campeonato de Arte Infantil do Ensino Fundamental do Distrito”. Dezenas de escolas do nosso distrito se reuniam e as crianças representantes mostravam suas competências em áreas como o ábaco, a escrita, o canto e a contação de histórias, e a escola que se saísse melhor recebia um prêmio do inspetor distrital. Naquela época, combinamos que Hayashi leria um livro em inglês e eu traduziria.

Como vocês, meus leitores, provavelmente aprenderam no ensino fundamental, há um capítulo chamado “Monkey Bridge” (Ponte dos Macacos) no livro Leitores Nacionais de Barnes. A história é sobre macacos com longos braços que iam de montanha em montanha e de floresta em floresta se divertindo. Quando chegaram a um determinado rio, dezenas de macacos uniram as mãos e se penduraram na árvore balançando até o outro lado da margem e atravessando os demais macacos um por vez. O Hayashi conseguia contar essa história em inglês sem precisar ler o livro. Eu não sabia ler em inglês, mas era bom na nossa língua materna e era relativamente bom em falar, então acho que por isso o professor me escolheu. Eu memorizei bem o enredo da história e, sempre que Hayashi fazia uma pausa, eu traduzia sem olhar o livro.

Fomos ovacionados no campeonato de artes. Na presença dos diretores de cada escola primária, do chefe do distrito e de muitos outros funcionários da província, fomos muito elogiados e depois fomos levados de volta para casa pelos nossos professores. Após isso, Hayashi e eu nos tornamos amigos ainda mais próximos.

Uma vez, quando fui à casa de Hayashi e estávamos brincando, Hayashi trouxe um grande álbum de fotos e me mostrou. Eram fotos do Havaí, com vista para o oceano ladeado por navios a vapor e um cavalheiro vestindo roupas brancas e capacete. O cavalheiro era o pai de Hayashi, e o prédio ocidental atrás dele, uma loja com uma placa em inglês, era a casa de Hayashi no Havaí, onde ele nasceu.

— Muito antes de eu nascer, meu pai e minha mãe eram trabalhadores.

Hayashi disse isso e começou a folhear outras partes do álbum de fotos. Ali, no canto de um grande campo com palmeiras, estava o pai de Hayashi, que estava de roupas ocidentais, descalço e segurando uma enxada de cabo longo. Ao lado dele estava sua mãe, que estava agachada com um cesto;

— Eles trabalharam muito, ficaram ricos e construíram a loja que tem agora

— Hmm

— Agora meu pai é responsável pelas receitas da cidade, e até americanos e franceses o procuram em busca de conselhos.

— Hmm

Quando olhei para o álbum de fotos, fiquei completamente impressionado. E eu senti que entendia por que Hayashi não me desprezava por vender konjac.

Você tem que trabalhar duro e se tornar uma grande pessoa. Senti que precisava me tornar uma grande pessoa não só no Japão, mas também em outros países.

Depois disso, mesmo carregando os baldes de konjac não me sentia envergonhado como antes.

Depois de terminar a escola primária, Hayashi foi para o ensino secundário na cidade e eu me tornei um menino de fábrica, então naturalmente nos afastamos, mas mesmo aos 42 anos de idade não consigo esquecer a lembrança nostálgica de quando fui repreendido por quebrar uma berinjela, e ele muito gentilmente se desculpou por mim “Sinto muito tia”.

Depois disso, estudei muito e me tornei romancista. Se Shigeru Hayashi estiver bem, tenho certeza que deve ter se tornado uma grande pessoa. Eu gostaria de poder encontrá-lo mais uma vez e agradecer por aquele tempo.

Notas