Antologia de poemas do cárcere

Kaneko Fumiko

Tradução: Felipe Chaves Gonçalves Pinto

HTML: Felipe Chaves Gonçalves Pinto

Primeira publicação da tradução: Pinto, F.C.G. A terra do sol negro: a representação da melancolia em escritos carcerários japoneses, vl. 2. Dissertação de Mestrado, USP, p. 291-316, 2024. Disponivel em: Banco de dados USP. Acesso em: 07/11/2024.

Texto original: "Gokuchû kashû". In: Suzuki, Yûko. Kaneko Fumiko: watashi wa watashi jishin wo ikiru (shuki; chôsho; uta; nenpu), Tóquio: Nashi no ki sha, 2013 (1926). Original ainda não disponível para consulta.

Este texto está licenciado por: Licença Creative Commons Atribuição-CompartilhaIgual 4.0 Internacional (CC BY-SA 4.0).

Nota: Esta coletânea de poemas agrupa os poemas da autora que foram publicados esparsa e difusamente durante sua vida. Grande parte dos poemas foram publicados durante o período de cárcere de Kaneko, mas outros só foram publicados posteriormente.

Sumário

Pensamentos da janela da prisão

Prefácio da autora

Não é como se existisse algo
que em algum momento fosse
necessário aprender com alguém
sobre como compor um poema.

Se precisasse procurar
um poeta do qual eu goste
ficaria com Ishikawa Takuboku
que se foi tão cedo.

Verdadeiros poemas
são aqueles que surgem
do redemoinho de nossos corações
e mais nenhum outro.

Meus poemas ignoram
tanto estilos quanto regras
não passam de labaredas
que tomam o meu peito.

A verve do sentimento
é o que devemos amar
não se deve procurar
valores poéticos.

Selvagerias momentâneas,
Das janelas da prisão, Kaneko Fumi.

Ventos espalham,
pétalas de cerejeiras caem,
vamos, soprem!, vamos caiam!
com graça e determinação.

Poemas que me ridicularizam

Ao tomar a caneta:
as muitas tristezas do meu passado
assaltam meu peito
depois de todo esse tempo.

Sozinha, miserável
e estéril, acaricio
um tanto dormente
o calo de meus dedos.

Contemplo meus dedos,
quase trinta minutos,
além das barras de ferro
lá fora cai uma chuva de inverno.

No céu de inverno
bramem os apitos de vapores
da cozinha do presídio
como a garganta de um asmático.

Ergo o rosto para o céu,
reminiscência nostálgica:
quando criança cantava
“oh, lua, quantos anos você tem”

Tanto aquela lua,
quanto esta lua também
idênticas, porém diferentes:
história de minha vida.

Sim, a lua brilha
sobre todos nós
mas a criança do ser-humano
segue sem fim o caminho sombrio.

Após ler a autobiografia de Ôsugi,
me recordo:
meu despertar sexual impróprio
ainda muito nova.

Triste herança
que herdei de meu pai:
sua personalidade explosiva,
sua fala rápida.

Repentinamente me lembro
Do tempo que passei
Com minha avó na Coreia:
Ganas de ter um nome.

Às vezes penso
em me tornar uma mulher famosa,
Como se falasse:
‘olhem só para mim agora!’

Houve um tempo
em que vendia jornais
recostada a ponte Sanmaibashi
em Uenoyama.

A jovem mulher e seu cesto a tira colo
que costumava ficar em pé
nas ruas noturnas da cidade
agora está na prisão.

Como eu era triste
cinco anos atrás
tocando minha sineta
entre um cochilo e outro.

Uma fotografia de uma jovem prisioneira
em seu quimono numa manhã
que estava no tribunal
por entre as janelas abaixadas.

O famoso riquixá japonês:
onde pessoas
tornam-se pernas
de outras pessoas.

O mundo em que vivemos:
se você não consegue trabalhar,
não come e, sem trabalho, o fardo
só fica mais pesado.

As azaleias em flor
nos jardins burgueses
têm a cor do sangue
proletariado.

Crepúsculo no presídio
em que, repentinamente, encontro
um companheiro do movimento trabalhista
no corredor de castigo monitorado.

O triste mar em um dia de primavera:
as ondas vêm e vão
quebrando
silenciosamente.

Os ginkgo do jardim da prisão
que observo todas as manhãs
nas pontas do pé das janelas da prisão
estão cada vez mais verdes

Uma leve tristeza
Gentilmente atravessa meu peito
ao cheirar
As pimentas-japonesas que colhi.

A calmaria de meio-dia na prisão,
ervinhas que arranco do jardim
sob uma sombra
em um dia nublado.

Arranco pequenas ervas
que se emaranham em meus dedos.
Em fraca lamúria, choram:
‘eu quero viver!’

Essa imagem que me dá
tanto ódio e tristeza:
paralisada em agonia
após um erro.

O toque ágil da libélula
nas grades da prisão
me trazem a liberdade aos pensamentos
nesse meio-dia de verão.

A inquietação que senti
ao desviar os olhos
dos seios salientes
da prisioneira que se banhava.

Cachoeiras brancas
e pinheiros verdes,
o deslumbre das Montanhas de Kiso,
delírios da prisão.

Camuflada nos desvarios
de outra prisioneira
tentei cantar,
mas a garganta estava rouca.

A insanidade de meu peito
repentinamente me exigiu que cantasse
ergui, então, a voz
experimentando cantar.

Início de verão:
os gibôshi florescem vicejantes
perdendo um tanto
de seu verde.

Ao tomar nas mãos
a radiantes flor de cártamo
um osso branquíssimo
é o que vejo.

Ganas de observar as pessoas
em um espetáculo inédito:
o mundo ao inverso sob minha virilha
deitada de barriga para baixo.

Titubeio após titubeio
de pé no jardim do presídio
o distante céu de outono
início de tarde na prisão.

Parada entre três ou cinco
yamabuki em reflorescência
no jardim,
penso em meu destino.

Os sons dos grilos
cantando durante toda a noite
como tristes sinos reverberando:
ápice de outono.

Ó grilos!
Será aquilo mesmo?
Mas uma vez, obstinada,
rumo o mesmo caminho.

Observando as luzes piscando
enquanto somem pouco a pouco
uma tristeza vaga
pelo meio peito.

Preocupada com alguém
Segue melancolicamente
Cabisbaixa
A cosmos em flor.

Conte-me, ó cosmos,
o triste segredo do teu peito
pois eu também tenho
sentimentos.

Ao abrir uma antologia de Whitman
um trevo prensado,
me ponho a contar
suas folhas.

Suave trevo de quatro folhas
devemos conceber
esse espírito como também
o espírito do outro.

O vento carrega o fogo da carceraria
e o cheiro das sardinhas assando
tomam minhas narinas,
uma tarde na prisão.

Regressando da Corte
em uma noite de inverno
desço a minha cela escura e gelada,
a lua-nova pendurada nos céus.

Leio a história de amor
de Romeu e Julieta
em minha cela mal iluminada
nesta noite de inverno.

A desolação:
os passos da velha carcerária
tomam a noite de inverno da prisão,
o frio.

A prisioneira surda trabalha
em suas vestes de presidiária
haverá por acaso algum sofrimento
no mundo do silêncio?

Enquanto apregoou
que o roubo não é vergonha
em meu íntimo
sinto certo desdenho.

Vestida com a pura brancura
de uma roupa tradicional coreana
encaro meu detestável coração:
desolação.

Que soprem os ventos!
Que fremem as tempestades!
Expurguem céu e terra,
Ó, dilúvio de Noé!

Que você seja imortal,
meu espírito!
é o que deseja meu corpo
Enjaulado nesta cela.

Imagino-me
vingando meu espírito
após me livrar
dos laços carnais.

Mesmo que
meu espírito pereça,
tranquilamente abro mão
deste ignóbil mundo.

“Eu quero viver! Eu só quero viver!”
Os barulhos dos clamores
do mundo lá de fora
soam como se não fossem comigo.

É luz que faz da sombra
algo escuro.
Sem sombra
não há tampouco luz.

Ó, xxxxxxxxx!
Quanto mais cintilante
mais completa é a sombra que crias
Como poderia eu elogiar a luz?

Sonhava que de algum modo
debatia com um universitário,
ao despertar:
noite alta na prisão.

Colarinho branco, bolsos curtos
da manga e cabelo desgrenhado,
muito parecida comigo, será que podemos ser amigas?
Das janelas da prisão.

Não existe remédio
para um burguês
que logo chama um médico
para tratar um resfriadinho.

Insisto que vender remédios
para os pobres
não passa de exploração
enquanto continuo indo às fontes termais.

Vagando durante o verão
pelas calçadas de pedra de Ginza
buscando um emprego
junto a um amigo.

Introspectiva, olho para as palavras
deixadas por uma amiga
que já não está mais neste mundo,
penso na palavra “amigo”.

Trauteando a melodia
duma saudosa canção revolucionária
desvanece-se no ar
a súplica daquele dia

Naquele dia
não imaginava que meu sangue
inflamaria em peito
o rompendo.

Como uma pipa,
um fio negro atado às costas
vagando pelas ruas
apesar da tristeza de meus amigos.

Adoecida na prisão
diante do “melhore logo”
daqueles que velariam por mim,
não posso prometer nada.

Que atordoamento lúgubre!
Meu amigo em trapos
eu com números no colarinho branco:
uma tarde na Corte de Primeira Instância.

O dia que me separarei
daquele amigo está cada vez mais próximo
e cresce célere em mim
essa tristeza.

Hoje é o dia
em que nossos companheiros
lutarão por nós,
que haja sol!

Ao recordar os jovens
que se reúnem em assembleias
aos gritos,
minha vontade é de estar lá.

A despeito de já ter abandonado
este mundo uma vez
ao ver estas frases,
sinto uma vaga obsessão.

A escuridão que precede a chuva:
nuvens negras sobem
ao firmamento em redemoinho
eclipsando o sol.

Ano passado neste mesmo dia
dois amigos vieram me visitar
mas agora estão na prisão
e não os vi mais.

Seria o vermelho
das azaleias do jardim
as almas de meus amigos
que pereceram na guilhotina?

Recordo intensamente
a promessa que fiz
aos espíritos de meus amigos que morreram:
primeiro de setembro.

Análogo a água de correnteza rápida
nas ravinas
tanto bate até que fura
como os rebeldes.

Floresçam, corações rebeldes
firmes e belos como os cardos
nesta terra
do sol nascente.

Amarro os fios
de minhas polainas vermelhas
e sigo sem atraso
os passos de meus camaradas.

Pensamentos na janela da prisão

Enquanto penso:
tenho dinheiro
mas não tenho em que gastá-lo,
experimento comprar uma caneta nova.

Indistintas tristezas:
não ter o papel que desejava
ter me separado de amigos
da cidade do interior.

Pupila latejando de dor,
sobrolho franzido,
até acompanhar a caneta
é penoso.

Nem sempre óculos
dourados e sem aro
são tão elegantes
quanto parecem ser.

Contando a idade dos outros
por mera consolação
de sua própria
infantilidade.

Sou a mais nova
entre meus companheiros
por quem sinto
comovente orgulho.

Uma tristeza me toma
ao imaginar que, se existisse tal loja,
de uma vez comprariam
cinco ou seis anos de vida.

O momento em que recebi
a sentença de morte no julgamento:
o tamanho da felicidade
que senti!

Sorrio vagamente
ao pensar
que toda essa vida de sofrimentos
está próxima do fim.

Nada me deixa mais triste
do que a xxxxxxxxx
ser tratada como
mais uma fofoca.

Havia um chefe carcerário
um tanto interessante e descuidado
que ficava falando
sozinho por aqui.

Minha tristeza:
errar o alvo de tantas formas
e ter previsto tudo
com minha imaginação.

Sem nenhum desejo
em especial
mais um dia de uma condenada perpétua:
o dia todo dormindo.

Existirá livre-arbítrio
para seguir seu caminho
obstinadamente?
Uma condenada à prisão perpétua.

Morcegos de um lado para o outro
voando pelo céu crepuscular:
hoje também adormeci
só e em silêncio.

Outro dia interminável,
primavera na prisão
revisitando Stirner
mais uma vez.

Chuviscos que caem
maculando o céu de primavera
em distantes arrozais alagados
um sapo de certo rouqueja.

Derramo lágrimas
ao encostar a face nas grades
da cama que descobri
sem saber ao certo o porquê.

Em tristeza
recordo-me da eu de seis anos
que conheceu a tristeza
tão precocemente.

Inesperadamente
minha mãe veio de sua terra natal
para me fazer uma visita
aqui na prisão.

Minha mãe chora
pedindo sinceras desculpas
eu, sem entender,
também me engasgo com as lágrimas.

Olho com especial cuidado
para o rosto de minha mãe
que por pura coincidência
pude ver mais uma vez depois de seis anos.

Minha velada fraqueza!
Pretendo ser forte
alego não possuir
mais nenhum desejo.

Me livrai de toda vaidade!
O meu único desejo
é ser verdadeiramente
quem eu sou.

Os festivais desta cidade
podem sim ser monótonos
mas os tambores repicam
por toda a noite de primavera.

Como um sonho
em cárcere:
yamabuki radiantes em flor
no breu da noite.

Deito-me triste
desejando eternamente nunca despertar
de meus sonhos
nem que seja por uma noite.

A manhã chega
e junto dela a consciência
retorna a este cadáver,
observo as sombras e luzes das grades.

Chilreio do pardal
em uma madrugada melancólica:
me vem à mente repentinamente
todos os meus companheiros.

A afeição que sinto
por meus companheiros
cresce junto a dor
da separação.

Impaciento-me
em tentar prolongar
nosso tempo junto
enquanto falamos sobre qualquer coisa.

Eu, a única mulher
envolvida nisso tudo
sigo encarcerada
faz quatro anos.

Recordo mais uma vez
os traços de P
que raramente
esboçava um sorriso.

Eu com dezenove
ele com vinte e um:
uma vida a dois,
éramos tão precoces!

Certa vez
sai de casa altas horas da noite
cidade adentro
para encontrá-lo.

Niilista P,
tão orgulhoso!
Não aceita ser enganado
nem por seus companheiros.

Aliados e inimigos,
se for para rir, riam!
Essa xxxxxxxxx se sacrificará
Em felicidade pelo amor!

Poemas das cartas de Kaneko Fumiko para Kurihara Kazuo

Uma jovem detenta
arranja o penteado
no dia que receberia sua liberdade:
nem seu cabelo hoje desordenará.

As flores se espalham por aí,
Por acaso as flores em flor
em volta da guilhotina
são xxxxxxxxxnários?

Recentemente me deito
desejando nunca despertar
de meus sonhos
nem que seja por uma noite.

Absorvida no
mata-borrão rosa
leio na estalagem
de um amigo.

Envolta em um quimono forrado
com um aroma intenso de anil
sinto pena de mim mesma
de constituição tão pusilânime.

Ao pensar nos jovens
que se reúnem em uma noite de verão
em assembleias sem saber ao certo porquê,
minha vontade é de estar lá.

Suplementos

Esta noite também
a lua cheia que vejo pelas grades
resplandece em vermelho
sem que atine razão.

Será que com ele também foi assim?
enquanto assumíamos ares de adulto
me tornei sua amiga
em seu quarto.

Um morro íngreme no verão:
Os eixos da riquixá
e o pulmão do velho puxador
arfam juntos.

O jovem
se afunda no
capô das riquixás
lendo jornais.

Os capitalistas,
morcegos que sugam doce sangue
do pescoço
dos trabalhadores.

O fraco canto dos grilos
chega em murmúrio
noite após noite, efêmeras,
prisão em pleno outono.

Conte-me!
Conte-me suas afeições
os segredos da tristeza
em seu peito.

Um tanto por brincadeira
outro tanto seriamente,
selei em uma carta para um amigo
um trevo.

Pergunto ao meu coração:
estamos de pilheria
ou agimos com seriedade?
Nenhuma resposta, só um sorriso largo.

Encaro as “pessoas”
fixa e demoradamente,
meu peito queimando de rancor
me sufoco em lágrimas.

O luar iluminado do conhecimento:
aterrorizada em dar mais um passo
seguia ladeira acima
os pés em breu.

Silenciosa e como se estivesse
cheia de problemas
a prisioneira surda trabalha
em sua indumentaria de presidiária.

Lixo e esgoto
vestem suas máscaras brancas
e riem zombeteiros:
a neve que cai.

Meu atual e triste corpo
traz dentro de si
a batalha entre a carne
e o espírito.

Não comprarei essa caneta,
sinto muito,
mais uma vez a dor
de usar dois corações.

A sineta da corneta do vendedor de tofu,
a fricção dos trilhos:
ruídos que me fazem recordar o mundo lá fora
aqui de dentro da prisão.

De qualquer modo,
o conteúdo não muda
é exatamente aquilo que traz sua placa:
“Penitenciária”

S debatia questões
da nação
no canto de uma
estalagem barata.

Dizer A e ser entendido B,
uma preocupação atual
que desconhecia
mas que agora compreendo.

Fui eu quem me opus
a que seu amigo
começasse a comercializar
medicamentos.

A palavra camarada
foi usurpada por braços
de outros poderes,
e meus amigos perecem.

“Fumi!”,
um amigo me chamou.
Ignorando as regras da prisão,
das grades das janelas o respondi.

Crepúsculo de um certo dia:
li uma carta que informava
que aqui na prisão se encontram
dezoito amigos meus.

Ao examinar estes textos
mais uma vez me sinto
uma criança errante
como o vento que sopra pelas pessoas.

O senhor punirá a terra?
Me dirijo a frente
do Deus todo poderoso nas alturas
contendo dentro de mim o choro.

Entre duras brigas
tenho ganas
de afundar a terra
nas águas de Yangtze.

Se a terra se afundar
levantando fumaças d’águas
eu estaria ali à sombra dos respingos
sorrindo satisfeita.

Com a seriedade
de quem arremessa dinamites
ele lançou sob o chão
seu chá preto já gelado.

Homens e mulheres
destruídos por uma conspiração patética,
prontos para arremessar
o resto de água quente ainda por beber.

Assando salgadas
sardinhas secas:
a vida da carcerária
também não é tão fácil assim.

Mesmo com pés e mãos
impedidos, se somente a morte
for seu desejo,
então a morte é a liberdade.

Ainda assim,
se morremos de mãos e pés atados,
isto é:
“não foi um erro nosso!”

É deplorável
assisti-los em desespero
tentando se livrarem da responsabilidade
enquanto seguem seus assassinatos.

A comida dos encarcerados
direto no chão
e o Sr. médico do presídio
de máscaras.

Algemas de couro
insetos na comida
neste quarto escuro:
não escreverei uma mentira sequer.

Escrevo as coisas
exatamente como elas são:
carcerários que vivem
reclamando.

Se vos desagradais tanto
que não diga isso,
então porque
a verdade não pode ser apagada?

Chamam de proteção
prender um lunático
em cordas e jogá-lo
na ala hospitalar.