A dependência do significado do termo “ismo”

Akutagawa Ryûnosuke

Tradução: Luiz Fernando dos Santos Velloso Blois

Revisão e cotejo: Felipe Chaves Gonçalves Pinto

HTML: Felipe Chaves Gonçalves Pinto

Texto original: "Izumu toiugo no imi shidai" (1918). In: Akutagawa Ryûnosuke zenshû, vol. 4, Tóquio: Chikumashobô, 1971. Disponível em: Aozorabunko. Acesso em: 26/09/2024.

Este texto está licenciado por: Licença Creative Commons Atribuição-CompartilhaIgual 4.0 Internacional (CC BY-SA 4.0).

Recentemente, a discussão sobre a necessidade ou não do “ismo” emergiu na sociedade. Para ser honesto, infelizmente, não tive a oportunidade de ler o trabalho do senhor Iwano HōmeiXY, que parece se entrelaçar de maneira significativa com essa temática. Devido a isso, penso que minha resposta possa, de certa forma, não estar alinhada com os leitores e jornalistas da ShinchōXY.

Sendo sincero, não entendo muito bem a natureza dessa questão. O significado de “ismo” e “necessidade” podem ser distorcidos de diversas maneiras, dependendo da forma de pensar. Além disso, mesmo analisando pelo senso comum, ter um “ismo” pode ser interpretado forçadamente de várias formas.

Considerando isso, será que é necessário, em uma interpretação comum, que todos nós sejamos RomânticosXY ou Naturalistas? É evidente que não! Mais do que isso, acredito que essa seja uma interpretação impossível. Originalmente, esse “ismo” foi posteriormente proposto pelos críticos devido à praticidade. Por isso, não é possível que ele abarque todas as nossas tendências de ideias e sentimentos. Logo, se não é capaz de abranger tudo, não é necessário usá-lo como um rótulo. (Certamente há casos em que o “ismo” pode ser permitido enquanto um rótulo pelos críticos, como quando ele expressa uma parte significativa, mesmo que não represente o todo da questão. Além disso, pode haver casos em que seja inadequado não aceitar tais usos. Creio que o senhor Ikuta ChōkōXY discutiu isso em algum momento.)

Além do mais, se invertêssemos o significado do “ismo” e o usássemos para nomear toda a tendência das nossas atividades internas, acabaríamos extinguindo a questão, antes mesmo de respondê-lá. E, assim, nesse caso, certamente não seria necessário fixarmos nomes ao “ismo” e fazê-lo de rótulo.

Também ao traduzirmos esse “ismo” enquanto uma enfatização de determinadas ideias, pode-se aplicar a mesma consideração que foi feita anteriormente.

Porém, se adicionarmos à palavra “necessidade” um pouco do sentido de “conveniência”, tanto para mim quanto para os outros, algo completamente diferente poderia ser dito. Nesse caso, seria melhor eu silenciar-me sobre esse assunto. Afinal, sendo inexperiente na proposição de “ismo”, não estou clarificando essa questão da conveniência.

Notas